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12 de agosto de 2010

Conheça mais sobre Pai o Xangô!

Xangô
Xangô
Obá é palavra da língua iorubá que designa rei. Obá é também um dos epítetos do orixá Xangô (não confundir Obá, rei, soberano ( oba ), com o orixá Obá ( Òbà ), que é uma das esposas de Xangô). Segundo a mitologia, Xangô teria sido o quarto rei da cidade de Oió, que foi o mais poderoso dos impérios iorubás. Depois de sua morte, Xangô foi divinizado, como era comum acontecer com os grandes reis e heróis daquele tempo e lugar, e seu culto passou a ser o mais importante da sua cidade, a ponto de o rei de Oió, a partir daí, ser o seu primeiro sacerdote.
Não existem registros históricos da vida de Xangô na Terra, pois os povos africanos tradicionais não conheciam a escrita, mas o conhecimento do passado pode ser buscado nos mitos, transmitidos oralmente de geração a geração. Assim, a mitologia nos conta a história de Xangô, que começa com o surgimento dos povos iorubás e sua primeira capital, Ilê-Ifé, fala da fundação de Oió e narra os momentos cruciais da vida de Xangô:
Num tempo muito antigo, na África, houve um guerreiro chamado Odudua, que vinha de uma cidade do Leste, e que invadiu com seu exército a capital de um povo então chamado ifé. Quando Odudua se tornou seu governante, essa cidade foi chamada Ilê-Ifé. Odudua teve um filho chamado Acambi, e Acambi teve sete filhos, e seus filhos ou netos foram reis de cidades importantes. A primeira filha deu-lhe um neto que governou Egbá, a segunda foi mãe do Alaqueto, o rei de Queto, o terceiro filho foi coroado rei da cidade de Benim, o quarto foi Orungã, que veio a ser rei de Ifé, o quinto filho foi soberano de Xabes, o sexto, rei de Popôs, e o sétimo foi Oraniã, que foi rei da cidade Oió, mais tarde governada por Xangô.
Esses príncipes governavam as cidades que mais tarde foram conhecidas como os reinos que formam a terra dos iorubás, e todos pagavam tributos e homenagens a Odudua. Quando Odudua morreu, os príncipes fizeram a partilha dos seus domínios, e Acambi ficou como regente do reino de Odudua até sua morte, embora nunca tenha sido coroado rei. Com a morte de Acambi, foi feito rei Oraniã, o mais jovem dos príncipes do império, que tinha se tornado um homem rico e poderoso. O obá Oraniã foi um grande conquistador e consolidou o poderio de sua cidade.
Um dia Oraniã levou seus exércitos para combater um povo que habitava uma região a leste do império. Era uma guerra muito difícil, e o oráculo o aconselhou a ficar acampado com os seus guerreiros num determinado sítio por um certo tempo antes de continuar a guerra, pois ali ele haveria de muito prosperar. Assim foi feito e aquele acampamento a leste de Ifé tornou-se uma cidade poderosa. Essa próspera povoação foi chamada cidade de Oió e veio a ser a grande capital do império fundado por Odudua. O rei de Oió tinha por título Alafim, termo que quer dizer o Senhor do Palácio de Oió.
Com a morte de Oraniã, seu filho Ajacá foi coroado terceiro Alafim de Oió. Ajacá, que tinha o apelido de Dadá, por ter nascido com o cabelo comprido e encaracolado, era um homem pacato e sensível, com pouca habilidade para a guerra e nenhum tino para governar. Dadá-Ajacá tinha um irmão que fora criado na terra dos nupes, também chamados tapas, um povo vizinho dos iorubás. Era filho de Oraniã com a princesa Iamassê, embora haja quem diga que a mãe dele foi Torossi, filha de Elempê, o rei dos nupes. Esse filho de Oraniã tinha o nome Xangô, e era o grande guerreiro que governava Cossô, pequena cidade localizada nas cercanias da capital Oió.
Xangô um dia destronou o irmão Ajacá-Dadá, e o exilou como rei de uma pequena e distante cidade, onde usava uma pequena coroa de búzios, chamada coroa de Baiani.
Xangô foi assim coroado o quarto Alafim de Oió, o obá da capital de todas as grandes cidades iorubás.
Xangô procurava a melhor forma de governar e de aumentar seu prestígio junto ao seu povo. Conta-se que, para fortalecer seu poder, Xangô mandou trazer da terra dos baribas um composto mágico, que acabaria, contudo, sendo sua perdição. O rei Xangô, que depois seria conhecido pelo cognome de o Trovão, sempre procurava descobrir novas armas para com elas conquistar novos territórios. Quando não fazia a guerra, cuidava de seu povo. No palácio recebia a todos e julgava suas pendências, resolvendo disputas, fazendo justiça. Nunca se quietava. Pois um dia mandou sua esposa Iansã ir ao reino vizinho dos baribas e de lá trazer para ele a tal poção mágica, a respeito da qual ouvira contar maravilhas. Iansã foi e encontrou a mistura mágica, que tratou de transportar numa cabacinha.
A viagem de volta era longa, e a curiosidade de Iansã sem medida. Num certo momento, ela provou da poção e achou o gosto ruim. Quando cuspiu o gole que tomara, entendeu o poder do poderoso líquido: Iansã cuspiu fogo!
Xangô ficou entusiasmadíssimo com a nova descoberta. Se ele já era o mais poderoso dos homens, imaginem agora, que tinha a capacidade de botar fogo pela boca. Que inimigo resistiria? Que povo não se submeteria? Xangô então passou a testar diferentes maneiras de usar melhor a nova arte, que certamente exigia perícia e precisão.
Num desses dias, o obá de Oió subiu a uma elevação, levando a cabacinha mágica, e lá do alto começou a lançar seus assombrosos jatos de fogo. Os disparos incandescentes atingiam a terra chamuscando árvores, incendiando pastagens, fulminando animais. O povo, amedrontado, chamou aquilo de raio. Da fornalha da boca de Xangô, o fogo que jorrava provocava as mais impressionantes explosões. De longe, o povo escutava os ruídos assustadores, que acompanhavam as labaredas expelidas por Xangô. Aquele barulho intenso, aquele estrondo fenomenal, que a todos atemorizava e fazia correr, o povo chamou de trovão.
Mas, pobre Xangô, a sorte foi-lhe ingrata. Num daqueles exercícios com a nova arma, o obá errou a pontaria e incendiou seu próprio palácio. Do palácio, o fogo se propagou de telhado em telhado, queimando todas as casas da cidade. Em minutos, a orgulhosa cidade de Oió virou cinzas.
Passado o incêndio, os conselheiros do reino se reuniram, e eviaram o ministro Gbaca, um dos mais valentes generais do reino, para destituir Xangô.
Gbaca chamou Xangô à luta e o venceu, humilhou Xangô e o expulsou da cidade. Para manter-se digno, Xangô foi obrigado a cometer suicídio. Era esse o costume antigo. Se uma desgraça se abatia sobre o reino, o rei era sempre considerado o culpado. Os ministros lhe tiravam a coroa e o obrigavam a tirar a própria vida.
Cumprindo a sentença imposta pela tradição, Xangô se retirou para a floresta e numa árvore se enforcou.
Oba so!, Oba so!
O rei se enforcou!, correu a notícia.
Mas ninguém encontrou seu corpo e logo correu a notícia, alimentada com fervor pelos seus partidários, que Xangô tinha sido transformado num orixá. O rei tinha ido para o Orum, o céu dos orixás. Por todas as partes do império os seguidores de Xangô proclamavam:
Oba ko so!, que quer dizer O rei não se enforcou!
Oba ko so!, Oba ko so!.
Desde então, quando troa o trovão e o relâmpago risca o céu, os sacerdotes de Xangô entoam: O rei não se enforcou!Oba ko so! Obá Kossô! O rei não se enforcou.
Na Umbanda
Xangô é sincretizado com São Jerônimo, São Pedro, São João Batista, cujo poder se manifesta na pedreira, é o Senhor da justiça. Seu símbolo é o machado de duas faces, significando que o machado tanto protege seus filhos das injustiças como os pune quando as cometem, bem como, a Estrela de 6 pontas cujo símbolo é em si o poder equilibrador do Universo. Quando Deus Criou os Estados exteriores da Criação, o Primeiro foi o vazio(Exu), o Segundo estado foi o Espaço em si mesmo(Oxalá) e o Quarto Estado da Criação exterior foi o equilíbiro de tudo e de todos(Xangô)
Como em Olorum, não se pode dizer quem foi o primeiro a ser exteriorizado, nós umbandistas preferimos amá-los e ponto final. Tudo trata-se de ângulos de visões religiosas, pois o poder de Olorum que equilibra todo o Universo que faz par com o estado purificador (Kali-yê), é chamado de Xangô na religião umbandista, ou seja, na Umbanda não o adoramos como um deus com características humanas, mas sim, como o poder equilibrador de Olorum manifestado em seu exterior.
Qualidades
Ao continuarmos a análise das diversas combinações dos Orixás encontramos o Orixá Xangô atuando principalmente no equilíbrio das diversas forças. Xangô é o Orixá que está associado ao estudo, discernimento, e conseqüentemente a justiça. Observando a natureza vemos a pedreira entre a terra e o mar, impondo limites, pois a água salgada não germina a terra, mantendo portanto o equilíbrio ecológico. Encontramos também sua manifestação natural através do trovão.
Existem inúmeras qualidades de Xangô, mas não estão relacionados as combinações de outras forças mas ao equilíbrio das mesmas (poderíamos ousar afirmar que está seria a principal função deste Orixá em nível de natureza), assim temos:
  1. KÂO - É o principal e mais cultuado como dirigente desta linha. Também conhecido como Xangô Velho. Vibra na cor marrom escuro, simbolizando a pedra antiga na qual foi assentada a justiça, evidenciando a sabedoria. Ele atua na pedreira sobre a qual está assentado o campo florido que recebe as obrigações de Oxalá.
  2. Xangô D’jacutá – regência geral da linha de Xangô (grosso modo seria a própria pedreira, harmonia com Oxossi).
  3. Xangô Alafim-Eché – este desdobramento consiste na atuação junto a necessidade de fazer cessar as tempestades (atuando como energia refreadora, equilibradora) e auxiliar oradores intelectuais (inspirando método e orientação). Atuando com Iansã.
  4. ALUFAM – este desdobramento atua principalmente na função de encaminhar das almas desencarnadas, atuando juntamente com Omulu, na justiça e organização desta atividade.
  5. AGODÔ – este desdobramento atua principalmente presidindo as cerimônias de fé e de batismo. Grande auxiliar das intuições puras. Atuando com Oxum.
  6. AGANJU – Protetor dos lares, da harmonia conjugal. Atuando com Iemanjá.
  7. ABOMI – este desdobramento atua principalmente no equilíbrio de raciocínio e método e defesa nas horas de grande aflição. Atuando com em harmonia com Ogum.
  8. BARU - Conta o mito em que Xangô recebe de Oxalá um cavalo branco como presente. Com o passar do tempo, Oxalá voltou ao reino de Xangô Baru, onde foi aprisionado, passando sete anos num calabouço. Calado no seu sofrimento, Oxalá provocou a infertilidade da terra e das mulheres do reino de Baru. Mas Xangô Baru, com a ajuda dos babalaôs, descobriu seu pai Oxalá preso no calabouço de seu palácio. Naquele dia, ele mesmo e seu povo vestiram-se de branco e pediram perdão ao grande orixá da criação, terminando o ato com muita festa e com o retorno de Oxalá a seu reino. Assim seus descendentes míticos agirão sempre como um jovem desconfiado, ambicioso, elegante, teimoso, hospitaleiro, galante; neste avatar, e somente neste, Xangô surge como um rei humilde e solidário com a causa de seu povo.
  9. Em alguns terreiros de candomblé cultua-se um grupo de qualidades de Xangô que recebe o nome de Ayrá. Também se acredita que Ayrá seja um orixá diferente de Xangô e que participa de alguns de seus mitos. O mais comum é considerar-se Ayrá como um Xangô branco. Vejamos algumas das subdivisões de Ayrá.
    Ayra
  10. Ayrá Intile – É o filho rebelde de Obatalá. Ayrá Intilé foi um filho muito difícil, causando dissabores a Obatalá. Um dia, Obatalá juntou-se a Odudua e ambos decidiram pregar uma reprimenda em Intilé. Estava Intilé na casa de uma de suas amantes, quando os dois velhos passaram à porta e levaram seu cavalo branco. Ayrá Intilé percebeu o roubo e sabedor que dois velhos o haviam levado seu cavalo predileto, saiu no encalço. Na perseguição encontrou Obatalá e tentou enfrentá-lo. O velho não se fez de rogado, gritou com Intilé, exigindo que se prostrasse diante dele e pedisse sua benção. Pela primeira vez Ayrá Intilé havia se submetido a alguém. Ayrá tinha sempre ao pescoço colares de contas vermelhas. Foi então que Obatalá desfez os colares de Ayrá Intilé e alternou as contas encarnadas com as contas brancas de seus próprios colares. Obatalá entregou a Intilé seu novo colar, vermelho e branco. Daquele dia em diante, toda terra saberia que ele era seu filho. E para terminar o mito, Obatalá fez com que Ayrá Intilé o levasse de volta a seu palácio pelo rio, carregando-o em suas costas. Nesta qualidade, Ayrá Intilé dá a seu devoto um ar altivo e de sabedoria, prepotente, equilibrado, intelectual, severo, moralista, decidido.
  11. Ayrá Ibonã – É considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês de junho de cada ano, acontece a fogueira de Ayrá, rito em que Ibonã dança acompanhado de Iansã, pisando as brasas incandescentes. Conta o mito que Ibonã foi criado por Dadá, que o mimava em tudo o que podia. Não havia um só desejo de Ibonã que Dadá não realizasse. Um dia Dadá surpreendeu Ibonã brincando com as brasas do fogão, que não lhe causavam nenhum dano. Desde então, em todas as festas do povoado, lá estava Ayrá Ibonã, sempre acompanhado de Iansã, dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das fogueiras. Nessa qualidade, os seguidores de Ayrá têm espírito jovem, perigoso, violento, intolerante, mas são brincalhões, alegres, gostam de dançar e cantar.
  12. Ayrá Osi – É o eterno companheiro de Oxaguiã. Um dia, passando Oxaguiã pelas terras onde vivia Ayrá Osi, despertou no jovem grande entusiasmo por seu porte de guerreiro e vencedor de batalhas. Sem que Oxaguiã se desse conta, Ayrá trocou suas vestes vermelhas pelas brancas dos guerreiros de Oxaguiã, misturando-se aos soldados do rei de Ejibô. No caminho encontraram inimigos ao que Osi, medroso que era, escondeu-se atrás de uma grande pedra. Oxaguiã observava a disputa do alto de um monte, esperando o momento certo de entrar nela, mas, para sua surpresa, percebeu que um de seus soldados estava de cócoras, escondido atrás da pedra. Sorrateiramente Oxaguiã interpelou seu soldado e para sua surpresa deparou-se com Ayrá que chorava de medo, implorando seu perdão, por haver enganado o grande guerreiro branco. Oxaguiã, por sua bondade e sabedoria, compadeceu-se de Ayrá Osi. No entanto, como punição pela mentira de Ayrá, decidiu que naquele mesmo dia o jovem voltaria à sua terra natal vestindo-se de branco e nunca mais usaria o escarlate, devendo dedicar-se a arte da guerra para poder seguir com ele em suas eternas batalhas. Os filhos de Ayrá Osi são considerados jovens guerreiros, lutam pelo que querem, mas as vezes deixam-se enganar pela impetuosidade. São calmos, não tidos a trabalhos intelectuais, são amorosos, alegres e sentimentais. São muitas as invocações ou qualidades de Xangô, que, como vimos, se juntam às outras tantas de Ayrá. Em diferentes países e regiões da diáspora africana em que a religião dos orixás sobreviveu e prosperou, há diferentes variantes das qualidades dos orixás, pois cada grupo, geograficamente isolado, ao longo do tempo, acabou por selecionar esta ou aquela passagem mítica do orixá. Muitas foram esquecidas, outras ganharam novos significados. Cada qualidade é representada por diferentes cores e outros atributos, de modo que, pelas vestes, contas e ferramentas, ritmos e danças, é possível identificar a qualidade que está sendo festejada, principalmente no barracão de festas dos terreiros. Não só por esses aspectos, mas também pelas oferendas votivas e pelos animais que são sacrificados em favor da divindade.
Importante ressaltar que as definições ou descrições os diferentes desdobramentos de Xangô, assim como com os dos demais desdobramentos de cada Orixá, são apresentadas muito mais com objetivos didáticos do que litúrgicos, pois a essência de cada Orixá permanece sempre a mesma em todos os seus desdobramentos e momentos de atuação.
Em função de sua característica básica de estar ligado a parte intelectiva, o Orixá Xangô foi associado ao planeta Mercúrio, que rege a quarta-feira, por extensão é o dia em que cultuamos Xangô na umbanda.
Características
Animais Tartaruga, Carneiro
Bebidas Cerveja Preta
Comidas amalá, quiabos cortados em rodelas pequenas refogado com dendê, cebola e camarão seco com 7 ou 9 quiabos inteiros formando a sua coroa ou quiabos contados em cruz amassados com mel.
Cor Marrom, Vermelho
Dia da Semana Quarta-Feira
Essência Morango
Fruta caqui, manga rosa, mamão, cajá manga
Guia de Contas Cristal Marrom
Instrumento Oxé
Metal Bronze e o Cobre
Número 12
Odu EJILASÈBORÁ OBARÁ
Pedra Topázio e Citrino
Ponto de Força No sopé de uma montanha ou pedreira
Saudação kaô kabecilê
Símbolo Os machados de duplo corte, que significa a alma em busca de equilíbrio e é também o símbolo da imparcialidade; A balança que significa a justiça de Oxalá; A estrela de seis pontas, associada com a sabedoria de Sa­lomão e representando o equilíbrio entre o céu e a terra, a água e o fogo, o homem e a mulher, ou seja, representa o equilíbrio universal.
Sincretismo São Jerônimo, São João Batista.
Toque Alujá
Ervas
  • Alevante – Levante
  • Alfavaca-roxa
  • Angelicó Mil-homens
  • Aperta-ruão
  • Azedinha – Trevo-azedo – Três-corações
  • Caferana-Alumã
  • Cavalinha – Milho-de-cobra
  • Eritrina – Mulungu
  • Erva-das-lavadeiras – melão-de-São-Caetano
  • Erva-de-São-João
  • Erva-grossa – Fumo-bravo
  • Mimo-de-vênus – Amor-agarradinho
  • Morangueiro
  • Mulungu
  • Musgo-da-pedreira
  • Nega-mina
  • Noz moscada
  • Panacéia – Azougue-de-pobre
  • Pau-de-colher – Leiteira
  • Pau-pereira
  • Pessegueiro
  • Pixirica – Tapixirica
  • Romã
  • Sensitiva – Dormideira
  • Taioba
  • Taquaruçu – Bambu-amarelo – Bambu-dourado
  • Tiririca
  • Umbaúba
  • Urucu
Oferenda Básica
Umbanda
  • Bebidas - Cerveja Preta
  • Comidas - quiabos picados em rodelas e levemente cozidos, rabada cozida com cebolas cortadas em rodelas
  • Fitas - Branca e Marrom
  • Frutas - abacaxi, melão, manga, melancia, figo, caqui, laranja, goiaba vermelha
  • Libação - Vinho tinto seco
  • Licor - Licor de Chocolate
  • Linhas - Branca e Marrom
  • Pembas - branca, marrom e vermelha
  • Toalhas ou panos - marrom
  • Velas - Branca e Marrom
Sincretismos
São Jerônimo
Filhos de Xangô
Características Físicas
Os filhos deste Orixá costumam ser robustos, fortes, e não muito altos, os ombros bem largos e braços fortes e grossos, a maioria acima do peso e com têndencia a obesidade, são pessoas bem pesadas, com uma estrutura óssea bem definida e desenvolvida, com ossos fortes e grandes.
Personalidade
O arquétipo de Xango é aquele das pessoas voluntariosas e enérgicas, altivas e conscientes de sua importância real ou suposta. Das pessoas que podem ser grandes senhores, corteses, mas que não toleram a menor contradição, e, nesses casos, deixam-se possuir por crises de cólera, violentas e incontroláveis. Das pessoas sensíveis ao charme do sexo oposto e que se conduzem com tato e encanto no decurso das reuniões sociais, mas que podem perder o controle e ultrapassar os limites da decência. Enfim, o arquétipo de Xango é aquele das pessoas que possuem um elevado sentido da sua própria dignidade e das suas obrigações, o que as leva a se comportarem com um misto de severidade e benevolência, segundo o humor do momento, mas sabendo guardar, geralmente, um profundo e constante sentimento de justiça. Como dizem as entidades trazem o machado na mão isto é, estão sempre julgando as pessoas e os momentos, e em seguida já executam sua lei, são pessoas teimosas, impulsivas e não aceitam opiniões contrárias a seu entendimento, mas são também carismáticas e alegres.
Características Espirituais
Os filhos de Xangô são muito importantes para um templo de Umbanda, como todos os filhos dos outros Orixás. As entidades que trabalham com esses filhos têm um importante trabalho na gira, que é a segurança do rito, são chamados de médium de tronqueira, são médiuns que participam da gira fazendo a guarda do rito repelindo qualquer manifestação do baixo astral que possa atrapalhar os trabalhos. Os filhos de Xangô têm mais facilidade de trabalhar com energias mais densas pela sua afinidade com estas linhas, as entidades que se apresentam com mais freqüência são os Baianos, Exus, Pretos-Velhos e Caboclos da linha de Xangô, normalmente esses caboclos não dançam, ficam postados com aparência de soldados no terreiro como se fossem grandes sentinelas. Assim os filhos de Xangô têm as mesmas características, são filhos difíceis de pegar "carrego" ou demandas, pois são acostumados a lidar com energias densas.
Cozinha Ritualística
Ajebo
Ingredientes
  • 1 gamela grande;
  • velas brancas;
  • 3 kg de quiabo;
  • 300g de camarões secos;
  • azeite de dendê ou de oliva (para as qualidades de Ayrá não se usa dendê);
  • coco ralado
  • sal e pimenta
Preparo
    Lave e corte os quiabos em rodelas bem fininhas, deixando-os cozinhar até amolecerem. Escorra-os e e vá batendo eles como se estivesse ajuntando eles com as mãos, até que crie uma liga bem homogênea. Esquente o azeite para refogar as cebolas e os camarôes. Junte os quiabos, temperando com sal e pimenta. Com uma colher de pau, bata bem essa mistura depois de retirar do fogo.
    Lave a gamela com água e mel. Coloque o ajebó, enfeitando com coco ralado
    Entregar esta oferenda em uma pedreira ou no cume de um monte, embaixo de uma árvore frondosa. Acenda a vela para que a comida seja iluminada. Faça pedidos relacionados a justiça
Rabada
Ingredientes
  • 1 gamela grande;
  • velas brancas;
  • 1 rabo de boi grande;
  • 2 cebolas médias;
  • azeite de dendê ou de oliva (para as qualidades de Ayrá não se usa dendê);
  • sal e pimenta.
Preparo
    Limpe bem a peça, retirando o excesso de gordura. Corte-o pelas juntas. Tempere algumas horas antes do preparo, com sal, pimenta e cebola picada. Retire a rabada dos temperos, refogando no azeite bem quente até dourar. Junte os temperos e cozinhe com a panela tampada em fogo baixo.
    Prepare um arroz branco (não use alho para temperar) com carne seca desfiada.
    Lave a gamela com água e mel. Coloque a rabada no centro e arroz em volta. Enfeite com rodelas de cebola. Faça esse prato ficar bem bonito e cheiroso.
Caruru
Afervente o camarão seco, descasque-o e passe na máquina de moer. Descasque o amendoim torrado, o alho e a cebola e passe também na máquina de moer. Misture todos esses ingredientes moídos e refogue-os no dendê, até que comecem a dourar. Junte os quiabos lavados, secos e cortados em rodelinhas bem finas. Misture com uma colher de pau e junte um pouco de água e de dendê em quantidade bastante para cozinhar o quiabo. Se precisar, ponha mais água e dendê enquanto cozinha. Prove e tempere com sal a gosto. Mexa o caruru com colher de pau durante todo o tempo que cozinha. Quando o quiabo estiver cozido, junte os camarões frescos cozidos e o peixe frito (este em lascas grandes), dê mais uma fervura e sirva, bem quente.
Corte os quiabos em rodelas bem fininhas em uma Gamela, e vá batendo eles como se estivesse ajuntando eles com as mãos, até que crie uma liga bem Homogênea.
Lendas
Existe uma qualidade de sango, chamada Baru , que nao pode comer quiabo. Ele era muito brigão. Só vivia em arito com os outros. Ele é que era valente. Quem resolvia tudo era ele. Sango Baru era muito destemido , quando ele comia quiabo , que ele gostava muito , lhe dava lombeira. Dormia o tempo todo !!!
E por isso perdeu muitas contendas, pois quando ele acordava seus adversarios já tinham voltado da guerra. Ele ficava indignado. Então resolveu consultar um OLUÔ, que lhe disse :
- Se é assim , deixe de comer quiabo.
- Eu deixar de comer o que mais gosto ? – respondeu sango baru.
- Então fique por sua conta. Não me incomode mais ! Será que a gula vai vence-lo ??? – perguntou oluô.
Sango Baru foi para casa e pensou:
- Eu não vou deixar vence pela boca . Vou voltar lá e perguntar a ele o que eu faço, pois o quiabo é meu prato predileto.
E saiu no caminho da casa do louô, que já sabia que ele voltaria. Lá chegando, disse :
- Aqui estou. Me diz o que vou comer no lugar do quiabo.
- Aqui neste mocó tem o que tem que comer. São estas folhas . Você temperando como quiabo, mata sua fome – lhe mostrou o oluô.
- Folha !? – perguntou sango Baru.
- Sim – respondeu o oluô. Tem duas qualidades, uma se chama oyó e a outra, xanã. São tão boas e gostosas quanto o quiabo.
Sango Baru foi para casa e preparou o refogado, e fez angu de farinha e comeu. Gostou tanto, e se sentiu tão bem e tão fortalecido, e não teve mais aquele sono profundo. Aliás, ele se sentiu bem mais jovem e com força. E não ficou com a lombeira que o quiabo lhe dava. Ai ele disse ?
- A parti de hoje , eu não como mais quiabo.
Daí a sua quizila com o mesmo. É como eu disse no começo : “Todo caso é um caso”.
Esse caso me foi cantado pelas minhas mais velhas , assim , agora , querm quiser dar quiabo a Baru , que dê!!!!!
A união de Xangô e Obá
Transcorre um culto nos arredores da cidade, é eleko. Uma sociedade restrita, onde apenas mulheres realizam o culto. Que possue como matriarca a temida Obá, a fundadora desta sociedade que cultua a ancestralidade feminina individual.
Nem um homem poderia sequer assistir o ritual do segredo, sendo punido por Obá com sua própria vida.
Certo dia, em uma das noites de culto, Xangô caminhava alegremente e dançava ao som do batá. Quando percebe, ao longe um aglomerado de mulheres, realizando uma cerimônia sob as ordens da enérgica Obá.
Xangô era muito curioso e não se conteve aproximando-se da cena, ficando a espreita.
Xangô encantou-se com a rara beleza de Obá, que apesar de não ser tão jovem era a mais bela mulher que ele já vira. No momento de distração, Xangô foi percebido e cercado pelas mulheres, foi levado a presença da grande deusa, que lhe falou o preço que haveria de pagar por sua audácia em violar o culto sagrado de Elekó. Mas a própria Obá que encantou-se com a inigualável beleza de Xangõ apaixonando-se de imediato, relutou em aplicar a sentença de morte e usou de sua supremacia no culto para ditar nova regras, dando nova chance a Xangô:
Todo homem, que violar o culto, se for do agrado, da senhora do culto, deverá unir-se a ela como marido ou aceitar a pena de morte
Xangô não pensou duas vezes, seria poupado da sentença e ainda sim possuiria a grande deusa por quem havia se apaixonado. A cerimônia de união de Xangô e Obá foi realizada dentro dos limites de Elekó. Foi o inicio de uma grande paixão, nunca se viu tanto amor.
A deusa guerreira e justiceira que pune os homens que maltratam as mulheres, descobriu um sentimento novo por um homem além do ódio. Descobriu todo o amor que um homem pode dar. A grande rainha de Elekó, a rainha de Xangô aprendeu a amar e ser amada.
Nasce, dessa grande paixão, uma criança, uma menina, nasce Opará, nasce a mais bela, justiceira e feroz guerreira. Herdou o melhor do pai e da mãe e prosseguiu com o culto.
Os Doze ministros
No Centro Cruz Santa do Axé do Opô Afonjá, terreiro de candomblé situado no Alto de São Gonçalo, no bairro do Retiro, em Salvador da Bahia, existe um grupo de "oloiês" conhecido como "os Obás de Xangô" ou "os Ministros de Xango". O grupo dos Obás foi instituído formalmente no candomblé de São Gonçalo, no ano de 1937, quando aquêle terreiro estava 'sob a direção de sua primeira mãe-de-santo Eugênia Ana dos Santos, "Mãe Aninha", de quem Édison Carneiro disse ter sido "a figura feminina mais ilustre dos candomblés da Bahia". "Mãe Aninha" pouco tempo sobreviveu à confirmação dos Obás, vindo a falecer no dia 3 de fevereiro de 1938. Os Obás, originariamente em número de doze, dividem-se em duas falanges, seis do lado direito, os chamados Obás-da-direita-e seis do lado esquerdo, conhecidos como Obás-da-esquerda. Adiante se verá, quando tratarmos da função dos Obás na estrutura do grupo, as implicações rituais e simbólicas dessa polaridade. Os Obás receberam na cerimônia de sua confirmação, nomes ou oiês alusivos a personalidades ligadas à história da cultura iorubá
OTUM OSSI
ADIÓDÚM ONANXÒKUN
ARE ARESSÁ
ÀRÓLU ELERYIN
TÈLÁ ONI KOYÍ
ODOFUN OLUGBÒN
KAKANFÒ SÒRUN
Os Obás de Xangô formam dessa maneira um grupo sui-generis entre as demais cadas de santo nagôs da Bahia, que costumam apresentar em sua organização uma estrutura centralizada, do lado masculino de seus filiados, num corpo de titulares chamados de Ogãs.
Os Ogãs é que formam, nos terreiros de Candomblé da Bahia, outros que não o Opô Afonjá, o grupo de prestigio em que se apóia a organização religiosa da Casa.
Os Obás têm sido chamados diversamente de Mobás,Mangbás, Mongbás, Mogbás que são as várias formas de transcrição da palavra iorubá Mangbá
Mitologia
Yoruba
Xangô é o Orixá do fogo, da justiça e do trovão, traz um machado na mão para julgar os atos dos humanos, este é um dos principais Orixás, muito lembrado na Umbanda e no Candomblé. Como personagem histórico, Xangô teria sido o terceiro Aláàfìn Òyó, "Rei de Oyo", filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapás, aquele que havia firmado uma aliança com Oranian. orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de xangô.
Nórdica
Thor
Thor (nórdico antigo: Þórr, inglês antigo: Þunor, alto alemão antigo: Donar) é um deus de cabelos vermelhos e barba, de baixa estatura, representando a força da natureza (trovão) na Mitologia nórdica e também na Mitologia germânica, fazendo justamente seus raios com o seu martelo Mjolnir. Ele é o filho de Odin, o deus supremo de Asgard, e de Jord (Fjorgyn) a deusa de Midgard (a Terra). Durante o Ragnarök, Thor matará e será morto por Jörmungandr.
Ele era grande para um deus, extremamente fraco por isso dependia de seu cinto meijingard para ter força e um comilão (podendo comer uma vaca em uma única refeição). Thor adorava disputas de poder e era o principal campeão dos deuses contra seus inimigos, os gigantes de gelo. Os fazendeiros, que apreciavam sua honestidade simplória e repugnância contra o mal, veneravam Thor em vez de Odin, que era mais atraente para os que eram dotados de um espírito de ataque. A arma de Thor era um martelo de guerra mágico, chamado Mjolnir (que lançava raios de luz) com uma enorme cabeça e um cabo curto e que nunca errava o alvo e sempre retornava às suas mãos. Ele usava luvas de ferro mágicas para segurar o cabo do martelo branco e o cinturão Megingjard que dobrava sua força. Sua esposa era Sif, a deusa da colheita, com quem teve os filhos Uller e Thrud, e de sua união com a giganta Jarnsaxa, teve os filhos Magni e Modi. Os antigos escritores (Saxo, Adam de Bremen, Aelfric, Snorri) identificaram Thor com o deus Greco-Romano Júpiter porque ambos são filhos da Mãe-Terra, comandante das chuvas, dos raios e trovões, são protetores do mundo e da comunidade cujo símbolo era o carvalho, representando o tronco da família. Os animais de ambos os deuses era o carneiro, o bode e a águia. Thor era sempre apresentado com seu martelo e Júpiter com seu cetro. Thor matou a serpente Jormungand e Júpiter o dragão Tifon.
Thor gostava da companhia de Loki, apesar do talento desse embusteiro para colocar ambos em confusões. As histórias de suas aventuras estão entre as mais ricas da mitologia nórdica. No panteão nórdico, Thor era o destruidor do mal e o segundo maior expoente dos deuses Aesir.
No Ragnarok, a tarefa de Thor era matar a cruel Jormungand ou Serpente Midgard (uma serpente que envolve a Terra), cria de Loki, mas ele morreu na batalha.
Os anglo-saxões deram o nome de Thor ao quinto dia da semana, Thursday, ou seja, "Thor's Day" (quinta-feira, em inglês).
Grega
Hefesto
Hefesto ou Hefaísto (em grego: Ήφαιστος), era um deus da mitologia grega, filho de Hera e Zeus, conhecido como Vulcano na mitologia romana. Era a divindade do fogo, dos metais e da metalurgia, conhecido como o ferreiro divino. Hefesto foi responsável, entre outras obras, pela égide, escudo usado por Zeus em sua batalha contra os titãs. Construiu para si um magnífico e brilhante palácio de bronze, equipado com muitos servos mecânicos. De suas forjas saiu Pandora, primeira mulher mortal.
Romana
Vulcano
Vulcano era o deus romano do fogo, filho de Júpiter e de Juno. Foi lançado aos mares devido à vergonha de sua mãe pela sua deformidade, foi, porém, recolhido por Tetis e Eurínome, filhas do Oceanus.Era ele quem forjava os raios, atributo de Júpiter. Este deus, o mais feio de todos, era o marido de Vénus. Em certa altura, Vulcano preparou uma rede com que armadilhou a cama onde Vénus e Marte mantinham uma relação adúltera. Deste modo o deus ferreiro conseguiu demonstrar a infidelidade da sua esposa, que, no entanto foi perdoada por Júpiter.
Celta
Tan Hill
Divindade do fogo na mitologia celta. Seu dia é comemorado em 6 de agosto. A maioria dos antigos festivais Celtas eram rituais do fogo. O termo celta tan ou teine é utilizado ainda hoje em muitos topônimos britânicos, como Tan Hill, que significa Colina de Fogo.
Hindu
Agni
Agni é uma divindade Hindu.
Asteca
Xiuhtecuhtli
Xiuhtecuhtli era o deus do fogo, um dos mais antigos do panteão asteca. Também conhecido como Huehueteotl.
Maia
Huracan
Huracán é um dos três principais deuses da mitologia maia, deus dos ventos, das tempestades e do fogo que depois se incumbia da perene construção e destruição na natureza. Temido, era chamado o de uma só perna por vezes representado como uma serpente. A ele se atribuiu uma grande inundação depois que os homens se rebelaram contra os deuses, e após fazer cessar as chuvas torrenciais que provocara, evocou repetidamente terra, terra até que a terra emergiu dos oceanos.
Tupi
Angra - O deus do fogo tupi. Sua forma era uma cobra de fogo.

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